
Hoje mais do que nunca sinto a necessidade de gritar, fugir, cantar, girar...
Quero tudo e nada. Quero o vento no meu rosto, o sol a me esquentar, a chuva a
me refrescar, um amor para acalmar, acalentar e depois recordar...
As chagas de meus irmãos me comovem, mas não sou tão hipócrita. Eu lamento, porém
sigo; sigo como todos seguem suas vidas.
Na verdade o que me acalma nesses dias "difíceis" são exatamente cada um desses
acontecimentos isolados: é ver uma flor nascer num pântano, é ver que até aquele que
julgo estar mal, à margem da sociedade, isolado, estes também são felizes da sua forma,
à sua maneira; É ver o idoso sorrindo, segurando a mão de sua amada tão velha quanto ele,
Enfim é saber que meu repentino e pasasgeiro mal estar, minha tristeza pelo outro não deve
ser exaltada...Cada um dá o que tem e tem o que merece, certa vez me disseram e creio que
deva lembrar mais desta frase com mais freqüência e não lamentar por nada, pois tudo tem
o seu lugar, a natureza é perfeita, nós que erramos.
Por isso que nesses dias eu busco uma flor, uma obra de arte, um livro que remeta à beleza,
ao talento, ao dom que cada um tem e que deleita e acalenta como um abraço. E diante desse milagre que é a vida simplesmente parar de reclamar e agardecer; agredecer e ter esperança na evolução de todos...Contando sempre com a ajuda do místério, do inexplicável, da magia que flutua, ainda, no ar poluído.
Namastê!